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28o. DOMINGO DO TEMPO COMUM

DEPOIS DE PENTECOSTES  – ANO “B”
Jó 23,1-9;16-17 –  Quem me livrará do meu Juiz? | Salmo 22,1-5 – Nossos pais confiaram e nós também confiamos no Senhor | Hebreus 4,12-16 – A palavra de Deus corta como uma espada de dois gumes | Marcos 10,17-30 –  A riqueza é iníqua, quando não serve a todos   

dinheiro ganância

O que é “possível” para Deus: salvar o rico apesar do acúmulo de riquezas, ou “tocá-lo” para que se abra à nova justiça, renuncie à ganância, tudo, e, depois, siga Jesus? “A riqueza que não é posta a serviço da sociedade é ‘dinheiro iníquo’ e, por isso, não é sinal de justiça, mas de pecado” (R.Pesch, cit./José Bortolini). Trata-se do pecado das estruturas, especialmente. O imperativo não é “vender e jogar fora o resultado da venda”. O “tesouro no céu” da economia pode ser associado à distributividade da riqueza, bens sociais, mas na aplicação sustentável que resulta em produção e trabalho para o desenvolvimento, que o evangelho jamais nega. Faz o mesmo com a palavra dinheiro. Howard Dayton (“Seu Dinheiro”, Bless Editora) informa que há 2.350 citações na Bíblia, sobre a posse do dinheiro (gr. argúpia; heb. miqnê; lat. pecúnia, confira…).


A experiência das comunidades cristãs iniciais revela que a busca do poder e da riqueza, não produz segurança e não realiza o cristão e a cristã, enquanto seres humanos. Ao contrário, gera dependência cada vez maior no consumismo socialmente irresponsável, enquanto estimula a ganância, que se confunde com a pedagogia do sucesso e da prosperidade a qualquer custo. Comparadas com a sabedoria sálmica e a espiritualidade da Bíblia Hebraica, sem descartar a Septuaginta, essas falsas seguranças não têm valor, são como punhado de areia, como a lama, e iluminam tanto quanto luzes negras na escuridão. Isso porque geram dependência e brutalizam as pessoas, tornando-as egoístas e gananciosas.


A ganância é a irmã siamesa da opressão. O céu dos ricos é como a Avenida Paulista, centro bancário e comercial, lugar de grandes negociações para bilionários e trilhardários,  entre os mais importantes do País. Quando valorizam falsas seguranças, os seres humanos não só acabam tornando-se “insensatos”, “brutais”, “desumanos” e “tiranos”, informam as Escrituras. Os livros bíblicos sapienciais pretendem ser uma síntese das experiências que realizam as pessoas. Reforçam as relações de gratuidade (hesed = graça espontânea), de cuidado, compaixão e misericórdia pelo outro e pela outra (rahamin = solidariedade que vem das entranhas). O povo bíblico passou por momentos de grave opressão econômica, submetido a dominações poderosas, ao largo de sua história. Ele que fora chamado a ser um povo livre, interpreta os fatos passados que construíram a liberdade e a vida do povo firmada na solidariedade em comunhão.


No Segundo Testamento, o ambiente humano inicial é rememorado nas liturgias dominicais aguçando a dignidade de cada homem e de cada mulher, estimulando o debate contínuo sobre a humanização pela responsabilidade que nos envolve, nas escolhas que se devem fazer. A família, o lar, o direito aos bens sociais e econômicos, confundem-se com o cuidado para com a coletividade e todos que se encontrarão nesse círculo indestrutível. Quando a comunhão de interesses cristaliza-se na oferta socializada de emprego, habitação, ambiente urbanizado, transporte, atenção com a saúde mental e deficiências físicas; previdência e salários justos, repouso e lazer, uma constelação infindável que lembra o que é viver em dignidade sob os “céus” do Altíssimo, como Mateus gosta de afirmar em seu evangelho.


Marcos 10,17-30 – A resposta do homem rico, perguntado sobre a obediência aos mandamentos, é surpreendente: “Mestre, tudo isso tenho observado desde a minha juventude” (v. 20). O interlocutor de Jesus é o que se poderia chamar de “justo” na vivência da Lei e da religião. Tem consciência de não haver cometido injustiças ao acumular riquezas. Sua fortuna e boa posição social é vista como bênção de Deus, pois se julga justo, e crê não ser necessário fazer mais nada para ser discípulo de Jesus. E, então, possuir a herança do Reino. Jesus lhe mostra que não basta “não ter feito nada de mal, não ter prejudicado pessoa alguma”. É preciso ir além, porque a riqueza não é bênção, e sim falsa segurança diante dos graves problemas na vida humana vulnerável e ameaçada, sob riscos incalculáveis que envolvem a pobreza e a miséria. Falta misericórdia e compaixão pelos esmagados socialmente. Aos ricos, Jesus está falando, através do jovem poderoso: “Só uma coisa lhe falta: vá, venda tudo o que tem e dê aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me!” (v. 21).


Aí está a novidade na mensagem de Jesus, que é a mesma novidade do ser cristão. Para o rico, não basta não ter prejudicado as pessoas ao acumular riquezas; não basta ter devolvido o que pudesse ter roubado: será necessário “vender tudo”, renunciar à acumulação pessoal e repartir com os pobres, a maioria, numa partilha total. A advertência é profética: “não haverá pobres – “anawin” – no meio de vós”; “não deixarás desamparados os órfãos e as viúvas…” Alcança-se aqui o novo conceito de justiça, expressa na Bíblia: ela não nasce do cálculo legal, mas do exercício da misericórdia em relação aos pobres e desprotegidos (José Bortolini).


A rigor, só depois disso é que se poderá seguir a Jesus: “Em seguida, vem e siga-me!” Nem os próprios discípulos entendem esta colocação; eles estão esperando, de alguma forma, alguma palavra, alguma retribuição, alguma recompensa ao esforço da pregação. Mas ao ouvi-lo falar como falou se surpreendem, e por isso perguntam: será que o rico se salva?


O evangelho é direto e irrefutável. Indica que aceitemos a ortodoxia ética, bíblica, sempre, quando está baseada e fundamentada na “ortopráxis” de Jesus. Isto é, na prática da justiça (“dikaiosune”). Anunciar a “reta doutrina da tradição” é fácil, sugere o evangelho. A questão é praticá-la. O difícil é fazer o que a Lei — Código da Aliança ou Código Deuteronômico — manda. Leiamos o Deuteronômio, revisão da lei mosaica. “O Senhor disse a Moisés. Desce depressa, porque o teu povo já se corrompeu, entregue os meus mandamentos: – não haverá pobres e oprimidos na nação de Deus, Israel; não te esqueças que o Senhor te tirou da casa das escravidões (Ex 20,2); – olhei em volta e vi que vocês fundiram um bezerro de ouro (culto da riqueza) para adorar, destruam-no; – lembra-te que o Senhor faz justiça aos desvalidos, órfãos e viúvas”. Por isso, para nós, urge revisar a prática catequética que os sistemas doutrinais impuseram à hermenêutica cristã.


Como “consolar” os órfãos da utopia do Cristo de Deus — quando a Igreja se apresenta como quem tomou posse da Lei e do Espírito –, senão com a garantia da solidariedade de Deus? Como garantir um final feliz no drama da salvação, sob ideais transformadores, revolucionários; sob a justiça de Deus, vida eterna e abundante, com dignidade, sem fim, na morada com Deus — aqui e agora ? Como admitir que a pátria celestial, cidadania dos céus, no sentido bíblico se refere ao mundo em que Deus vive conosco? Como alimentar os que padecem das fomes deste mundo? Como aplacar a sede que temos nos caminhos desérticos onde secaram as fontes da vida?


A resposta está no que disse Jesus: “Pedirei ao Pai que vos envie ‘outro parakletos’, companheiro e ajudador, a fim de que esteja ‘sempre’ convosco”; “o Ajudador, o Espírito Santo, (…) esse vos ensinará todas as coisas e ‘vos fará lembrar’ de tudo que eu vos tenho dito” (cf.: Jo 14,16 – No grego, o termo “parakletos” oferece extensas possibilidade para o tradutor: defensor, advogado, companheiro, protetor e ajudador; Jesus chama-o também de Espírito da Verdade, referindo-se à divina revelação do Espírito de Deus. É indispensável o complemento (14,18-19): “não vos deixo órfãos” [“orfanus”: des-validos, des-protegidos, des-amparados]).


O fundamental de todo ensinamento cristão, contido no evangelho, é a prática da justiça de Deus, retidão ética segundo a Escritura! No serviço expresso através da exigência irrevogável por direitos fundamentais. Justiça para todos (como expressa a Carta dos Direitos do Homem, da ONU). Preferencialmente o pobre (“anawin”), o “órfão e a viúva”, os socialmente deserdados, lembrando Milton Schwantes. A comunidade cristã existe para anunciar as boas noticias do reinado de Deus à vida concreta. Converte-se ela mesma em boa notícia quando transforma as realidades da morte, das injustiças contra o fraco, em caminhos para a vida em abundância e não quando se anuncia a si mesma. Disse Jesus.


Derval Dasilio

Derval Dasilio * "Eu e a Política"

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A. Derval. black withe(0)
A riqueza é iníqua, quando não serve a todos (Evangelho de S. Marcos 10,17-30)


Renuncie à ganância e siga-me, disse Jesus. Será que o rico se salva? Sobre o “significado” das riquezas na perspectiva do evangelho, o texto generaliza: não só o que tem muitas propriedades, mas todos os que possuem fortunas, bens abundantes, correm sério perigo de não se salvar. Que é ser afortunado? Ser bem-posto, bem remunerado, proprietário de bens essenciais sem nada lhe faltar, não é ser rico?

Estar longe do desemprego, da fome, da miséria, da falta de previdência social, do atendimento à saúde, da educação de qualidade, não é ser bem-posto socialmente, portanto, rico? José Bortolini nos lembra que a afirmação de Jesus: “como é difícil entrarem os ricos no Reino de Deus!”, assusta os discípulos em escala crescente até ao “espanto” (Mc 10,24-26). O abismo entre pobres e ricos, no tempo…

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Um pensamento em “DEJETOS NOS PORTÕES DAS MANSÕES

  1. Vende lo que tienes y sígueme

    Tercera lectura: Marcos 10,17-30.

    Marco: La instrucción iniciada en Mc 9,33-37 concluye con este relato del encuentro de Jesús con un hombre piadoso y de buena voluntad. Se trata de un conjunto armónico, aunque compuesto de unidades más pequeñas, que tienen como tema común el desprendimiento de las riquezas, sus dificultades y su recompensa. La esperanza de los discípulos, y de los hombres, no puede asentarse en las riquezas. Esta esperanza tiene un proyecto por delante mucho más ambicioso y trascendente. Jesús recoge la experiencia humana de todos los tiempos: las riquezas proporcionan, en el mejor de los casos, un bienestar temporal, pero no trasciende los límites del tiempo.

    Reflexiones:

    1ª: ¡Se atesora dando y compartiendo!

    Anda, vende lo que tienes, dale el dinero a los pobres –así tendrás un tesoro en el cielo- y luego sígueme A estas palabras él frunció el ceño y se marchó pesaroso, porque era muy rico. En estos versículos el evangelista quiere decir algo a la comunidad acerca de la postura frente a las posesiones, frente a las riquezas y a la pobreza. Marcos ha reunido varios fragmentos que la tradición evangélica atribuye a Jesús formando con ellos una unidad mayor, en la que pueden reconocerse tres partes: el encuentro de Jesús con un hombre rico (17-22); el diálogo de Jesús con sus discípulos acerca del impedimento que representan las riquezas para alcanzar el Reino de Dios (23-27); la pregunta de Pedro sobre la recompensa del seguimiento en pobreza y la respuesta de Jesús (28-31).

    El encuentro de Jesús con el joven rico ha preocupado mucho a los expositores, principalmente por lo que atañe al problema de los consejos evangélicos. ¿Se trata de proponer un camino “superior” para algunos que ya practican los mandamientos o se trata de una invitación general para todos los discípulos de Jesús? Es necesario recordar que en la tradición bíblica la riqueza y la salud son signos de la bendición divina. Ciertamente este episodio, como el del mandamiento principal, son una invitación universal porque se dirige a los discípulos. El joven practica desde muy niño los mandamientos, pero es necesario un paso más. Jesús advierte del peligro de las riquezas, señalando a la vez la recompensa del desprendimiento. Con su respuesta al hombre rico, dispuesto siempre a acumular, incluso tratándose de méritos y prácticas religiosas, Jesús hace ver a sus discípulos que la vida eterna no se asegura añadiendo, sino más bien restando, vendiendo, dando, hasta quedar totalmente despojado, aligerado y libre para el seguimiento. Jesús no habla de cantidades ni de números, simplemente invita, advierte, exhorta, promete. La salvación no es una conquista humana. Es un don gratuito de la misericordia divina.

    Jesús advierte del poder de las riquezas que pone en peligro la salvación. El ejemplo del hombre rico que, por causa de las riquezas, se negó a seguir a Jesús, ilustra ese peligro que acecha a todos los hombres desde sus posesiones. En ese caso tiene un alcance típico y puede hablar a los hombres de todos los tiempos. Es una realidad que alcanza a todos los discípulos de Jesús, aunque para algunos será una opción radical de por vida. Ciertamente ante esta invitación de Jesús no todos están obligados a la misma respuesta, pero sí a poner especial atención al peligro de las riquezas que pueden comprometer la consecución de la vida eterna. Esta postura encaja perfectamente con la trayectoria de Jesús: sus actitudes, comportamiento y mensaje. . Todo es bueno y todo puede ser utilizado por el hombre, pero atendiendo a la realidad humana es necesario tener siempre presente esta exigencia de Jesús. Hoy como ayer sigue siendo un evangelio vivo, comprometedor y consolador.

    2ª: ¡Es necesario asentar la esperanza sobre sólido fundamento!

    ¡Qué difícil les es entrar en el Reino de Dios a los que ponen su confianza en el dinero!
    Es probable que Marcos haya integrado en su escrito dos afirmaciones que originalmente eran independientes. La primera afirmación sería: ¡Qué difícilmente entrarán en el Reino de Dios los que tienen riquezas! Marcos recoge la reacción de los discípulos que se quedaron asombrados ante las palabras de Jesús. La insistencia de Jesús, que matiza el sentido anterior, afirma: ¡Qué difícil es entrar en el Reino de Dios al que pone su esperanza en el dinero!. Los bienes de este mundo han de ser utilizados con mesura y con un gran sentido de justicia, sobriedad y solidaridad. No pueden constituir la última esperanza del hombre que ha sido hecho a imagen y semejanza de Dios. El hombre pose una dignidad muy superior a todos los bienes materiales. Jesús nos advierte severamente del peligro de tergiversar los valores. Y esta oferta la hará definitivamente en la Cruz.

    Los discípulos de Jesús no se pueden desentender de las realidades terrenas, cierto. No solamente no deben desentenderse, sino que han de asumir su propio compromiso temporal en medio del mundo. Pero están en medio de él como una instancia crítica que ha de hacerse visible y creíble. Este equilibrio entre compromiso y esperanza superior y trascendente es una de las grandes tareas de la comunidad cristiana en medio del mundo. Y también este aspecto sigue siendo una urgencia en nuestro mundo actual. Al final hay un consuelo y una recompensa: para Dios nada hay imposible y quien sabe situar y explotar los bienes en su plano y utilizarlos en la medida adecuada se abren a la vida eterna como recompensa final. Y esta recompensa hemos de conseguirla todos juntos.

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    Está viendo el comentario bíblico de: Fr. Gerardo Sánchez Mielgo También puede ver el de: Fray Miguel de Burgos Núñez

    Tema general: La sabiduría y el seguimiento de Jesús son valores que superan todos los demás. La posesión de la sabiduría y el seguimiento de Jesús relativizan y proporciona la clave para el discernimiento de los otros valores humanos o materiales. Los bienes materiales son valores y tienen su sentido, pero no son absolutos. El hombre no puede poner en ellos su esperanza definitiva. Son valores para ser utilizados y contribuyen al desarrollo temporal de los hombres, pero no son la esperanza auténtica de los hombres.

    [Primera lectura: Sabiduría 7, 7-11.]

    Marco: Sb 6-9 están dedicados al elogio de la Sabiduría. Este conjunto ofrece una cuidada reflexión sobre las características y valores de la Sabiduría. Es una criatura privilegiada de Dios y con rasgos casi personalizados que anticipa la reflexión cristiana sobre Jesús Sabiduría.

    Reflexiones:

    ¡La Sabiduría es un valor inestimable e incomparable!

    Invoqué y vino a mí un espíritu de sabiduría… En su comparación tuve en nada la riqueza. Sabemos que en el pensamiento hebreo, recogido y transmitido en la Sagrada Escritura, podrían distinguirse dos corrientes igualmente antiguas, independientes y al principio paralelas, pero que se encuentran y se fusionan al término de su evolución, al que pertenece, entre otros, el Libro de la Sabiduría. Una corriente nace del buen sentido, de la experiencia y de la observación, se desarrolló en sus comienzos en los ambientes laicos, posteriormente en las escuelas de sabios. La sabiduría aparece esencialmente racional y práctica. Es la que presentan las más antiguas colecciones sapienciales israelitas y que se ha mantenido hasta época muy reciente, aunque hayan absorbido cada vez más elementos de la segunda corriente de pensamiento. La segunda corriente nace de la fe en un solo Dios, siendo la sabiduría una prerrogativa propia suya y que es comunicada a los hombres como una gracia especial. Se encuentra entre los profetas, por lo que se puede llamar corriente profética. Se fusionan las dos corrientes en los libros sapienciales más recientes como Job y Sabiduría. La sabiduría es entendida como una realidad de origen divino, análogo al Espíritu de Dios y frecuentemente puesta en relación con éste y al final se identifica prácticamente con él. De este modo sabemos que la sabiduría de que nos habla la Escritura es la conjunción armoniosa de un don de Dios gratuito y generoso y una aportación reflexiva del hombre que interpreta e ilumina la experiencia. Este don se recibe como fruto de la oración. La verdadera sabiduría es gratuita. Por su origen y por su eficacia es muy superior a todos los valores y riquezas humanos. Así se comprende que en el fragmento que proclamamos hoy se elogie y pondere tanto el valor de la sabiduría. En una época que nos encontramos invadidos por la practicidad y la eficacia como fuentes de bienestar y riqueza a la vez que como criterio referencial, es necesario volver la mirada a la verdadera sabiduría para que el hombre encuentre el sentido de su vida sobre la tierra en sus múltiples actividades y el sentido de su trascendencia. Hoy como ayer y, acaso más que ayer, el hombre necesita la luz de la verdadera sabiduría para sopesar los bienes temporales sin perder la esperanza de los venideros que le ayudarán a realizarse plenamente.

    [Segunda lectura: Hebreos 4,12-13.]

    Marco: Hb 3-5 contempla a Jesús como digno de crédito y misericordioso. Los versículos que proclamamos hoy puede también entenderse como un elogio de la Palabra de Dios.

    Reflexiones:

    ¡La palabra de Dios es como una espada discriminatoria!

    La palabra de Dios es viva y eficaz, más tajante que espada de doble filo, penetrante… La imagen de la Palabra considerada como una espada que penetra hasta la hondura del ser humano procede de la tradición veterotestamentaria. Son especialmente expresivos algunos textos de Ezequiel 21: ¡Una espada, una espada! Está afilada y bien bruñida. Sabemos que la interioridad del hombre es descrita recurriendo al corazón. Cuando leemos en la Escritura que el corazón es atravesado por la espada de la palabra de Dios entendemos tanto el entendimiento, como la voluntad y la sede de los sentimientos más nobles del hombre. La Palabra de Dios ilumina y mueve. Pero sobre todo actúa y mueve. Es dinámica y transformadora. La espada de la palabra somete al hombre a un constante discernimiento interior en busca de la verdad de Dios y la verdad de su vida y su sentido. La escena, que tan popular y gráficamente encontramos en el relato del paraíso, ilumina plásticamente esta tarea: el hombre es sometido a una decisión fundamental en su vida eligiendo entre la Palabra de Dios (no comas) y su inclinación profunda a tomar y comer el árbol de la ciencia del bien y del mal. Leemos en ese relato la reflexión cuidada y madura de su autor que ha observado la historia del hombre y sus relaciones con la palabra de Dios. Hoy también sigue siendo una instancia imprescindible el recurso a la Palabra de Dios que discierne sin chantajes de ningún género.

    Fr. Gerardo Sánchez Mielgo
    Convento de Santo Domingo. Torrent (Valencia)
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    San Esteban Editorial Este comentario está incluido en el libro: La Palabra fuente de vida. Ciclo A. Editorial San Esteban, Salamanca 2004.
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