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O mundo nunca mais será o mesmo depois da última pandemia, a do coronavírus. Emergiu da mesma, em pouco tempo, com guerras implacáveis Europa Oriental, Ucrânia, e no Oriente Médio, Faixa de Gaza, satisfazendo a bilionária indústria armamentista nos EUA e na Rússia. Uma escalada que vem desde o século 20: Vietnam, Iraque, Afeganistão, e de novo no oriente europeu e oriente médio. A humanidade cristã, inteligente, é unânime, ao dizer que Deus não pode ser responsabilizado pelo que o homem tem feito contra si mesmo e à natureza. O “homo demens” ocupa o teatro da destruição no planeta.
[] Lembrado por Edgar Morin, o homem impõe à humanidade inteira um castigo que não vem da Criação original exposta através da narrativa bíblica. Temos que mudar essa tendência, ou engrossaremos o cortejo daqueles que caminham na direção da própria sepultura. A segregação social, as desigualdades cada vez mais acentuadas, as fortunas do planeta controladas por 1% dos habitantes da terra, 225 pessoas, sozinhas, detém recursos financeiros equivalentes a 2 bilhões e meio de seres humanos, três pessoas reúnem sozinhas fortunas equivalentes aos rendimentos de 48 países mais pobres. Observamos a natureza gemendo por esquecimento de sua função e finalidade, impedida de se regenerar e produzir alimentos e saúde, povos originais exterminados, florestas devastadas constantemente ameaçadas. A das camadas da população mais pobres são as mais vulneráveis.
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Que sentido vamos dar à história da humanidade, modificando o caminho da autodestruição da humanidade? Os sinais que nos dão são tão claros como a advertência de Jesus: “Hipócritas! Sabeis muito bem interpretar os sinais (meteorológicos) da terra e do céu. Como não conseguis discernir os sinais do tempo presente?” (Lucas 12,56).
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O mundo está em crise. Toda crise nos indica que é preciso mudar, a crise mostra o que tem valor e o que nada vale; a crise nos oferece a visão das prioridades: em primeiro lugar a vida humana, ou da natureza, o meio ambiente que está a serviço da vida! Temos a oportunidade de ver a humanidade despertada para ser uma comunidade de vida. A natureza, os animais, os pássaros, o ar limpo, os campos livres de agrotóxicos, sem os quais nós não vivemos. A crise começa pelas camadas mais ricas, entre viajantes que percorrem a Amazônia por puro lazer turístico.
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Temos a oportunidade de, humildemente, abrindo mão do poder do capital, das tecnologias inúteis, da falsa liberdade do consumismo irresponsável, trilhar o caminho da sobrevivência. Mais simplicidade, mais compaixão, mais atenção com os que sofrem, mais fraternidade, mais solidariedade, e nos voltarmos definitivamente para fins mais humanos, e tratarmos uns aos outros com dignidade, indo a fundo do reconhecimento da igualdade. A industrialização de bens supérfluos está muito além da indústria de alimentos, também superada pela indústria farmacológica.
[] Que nossos filhos e netos não nos nos amaldiçoem no futuro dizendo: vocês não fizeram a lição de casa, não lutaram por um mundo purificado, livre do capital predador; permitiram sem protestar a contaminação e destruição da natureza. Que eles não digam que sucumbimos à crueldade, à violência, à loucura dos homens de governo, os quais desprezam o fraco e o oprimido. Que não fomos capazes de assumir uma postura libertadora, que observasse as emergências e prioridades que as crises despertam; que não consideraram as aptidões para dar dignidade à vida, capacidade de agir com a finalidade expressa de defender a vida da humanidade em sua totalidade. Estamos diante da oportunidade de lembrar Martin Luther King: “É preciso que aprendamos a necessidade de nos amar como irmãos e irmãs, para não perecermos como imbecis”. Sem mais para o momento,
Pastor Derval Dasilio

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