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ESTRUTURA DO ANO LITÚRGICO

Publicado em 28/11/2009 by

CALENDÁRIO LITÚRGICO


1. CICLO DO NATAL

1.1 ADVENTO
1.2 NATAL
1.2.1 EPIFANIA

1.3 CICLO DO TEMPO COMUM – 1a.Parte (depois da Epifania)
2. CICLO DA PÁSCOA
2.1 TRÍDUO PASCAL
2.1.1 QUARESMA
2.1.1.1 QUARTA-FEIRA DE CINZAS
2.1.1.2 DOMINGO DE RAMOS
2.1.1.3 QUINTA-FEIRA DA PAIXÃO
2.1.1.4 SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO
2.1.1.5 VIGÍLIA PASCAL / DOMINGO PASCAL
2.1.2 TEMPO PASCAL
2.1.2.1 VIGÍLIA PASCAL / DOMINGO PASCAL
2.1.2.2 ASCENSÃO
2.1.2.3 PENTECOSTES

3. CICLO DO TEMPO COMUM – 2a.Parte (depois de Pentecostes)
3.1 TRINDADE
3.2 AÇÃO DE GRAÇAS
3.3 REFORMA
3.4 CRISTO REI

LITURGIA PARA O TEMPO DO ADVENTO

Levando em conta solicitações, publicarei  algumas sugestões.
1 – A cor litúrgica é o Roxo (derivados: lilás, violeta, rosa, azul).
2 – Os panos litúrgicos para a mesa da comunhão devem ser das cores roxo, lilás ou violeta. O púlpito ou estante de leitura
terão panos ou faixas das mesmas cores (derivadas do roxo). Os panos básicos, se utilizados, devem ser de tom harmônico (do roxo).
3 – Luzes do altar nos tons: roxo, lilás, violeta ou rosa (ou velas, que tradicionalmente simbolizam a Luz presente no altar – Deus é Luz!).
4 – Flores, [artificiais de boa qualidade!, ou naturais] são sempre bem-vindas! Os tons acompanham os dos panos litúrgicos do Advento.

O advento é o tempo litúrgico do grande compromisso com Deus. Seu reino, sua vontade, seus imperativos. Olhando as realidades ao nosso redor, em nosso país, principalmente. O Ano Litúrgico da Igreja de Cristo vai começar com o Ciclo Natalino do Ano “A” (ou “B”, ou “C”). O tempo é o do Advento, esperaremos a vinda do Senhor. As leituras estão contando a História da Salvação.

A Igreja é a primeira interessada, todos devem tomar consciência da Salvação e reativar suas esperanças. São várias as implicações desse tempo: vigilância, alerta constante, pois a novidade do Evangelho chega a qualquer momento. Em Jesus, Deus em carne e osso. Dentro da história humana, o reino de fraternidade, de paz e de justiça, nos chega. De modo radical, a promessa decisiva de transformação do mundo é cumprida. Do Cristo de Deus, através de nossa conversão — nova mudança no itinerário da fé — um caminho sempre incompleto, se anuncia a salvação. É hora de reproduzir e fazer repercutir o Evangelho de Deus (que não se confunde com o escrito formal: a Bíblia impressa).

Não existe em nós espanto sobre sinais no espaço cósmico, o sol, a lua, as estrelas. Nossa angústia e insegurança residem nos sinais da crise que a religião não vê, econômica, conflitos sociais evidenciados nos sem-teto, sem-terra, sem-emprego, sem-saúde, sem-escola formadora do desenvolvimento. Há racismo velado, camuflado, contra políticas afirmativas reina a intolerância. Negros reclamam “consciência negra”, lembrando Zumbi. Outras etnias falariam da “consciência branca”, sinais de “falsa estabilidade” política, corrupção, abuso de poder, personalismo, esforço do governo e das elites dominantes para restringir a participação popular nos privilégios que alcançaram, cooptação à mais recente expressão da selvageria liberal, com cara mentirosa, dissimuladamente socialista, exclusivista, exigente de mais privilégios e bem-estar individuais… Para quem individualmente já é privilegiado, certamente. E falta pão e trabalho para os muitos, como a saúde atendida satisfatoriamente; escolas para o desenvolvimento, de modo igualitário. Há frustração… muita frustração. As promessas não são cumpridas.

“Prepararem o caminho do Senhor” (Is 40,3-5). João Batista é a voz que clama no deserto: “Endireitem os caminhos do Senhor… façam penitência, porque no meio de vocês está quem não conhecem, do qual eu não sou digno de desatar os cordões das sandálias… Eis o Cordeiro de Deus, eis aquele que tira os pecados do mundo” (Mc 1,1-3; Jo 1,29). Um governante insinua, bajulando o outro, mais influente: “Você se parece com Jesus…”. Um messias substituto para a América Latina? Tantas são as estruturas perversas, muita arrogância, tantos são os pecados estruturais que oprimem os sem-poder, desvalidos, escravos do mal social e dos sistemas injustos (religião alienada, política, corrupção, economia acumuladora do capital, judiciários a serviço da opressão social). Como acontecerá a salvação? No Advento refletimos sobre a palavra de Deus, no que diz respeito à chegada do reinado de Deus. A justiça começa nos corações arrependidos, porque acreditamos na política, adotamos a religião de mercado e de conformismo. Corações ao alto! O Senhor vem.

LITURGIA – Tempo do Advento

ENTRADA

Prelúdio – reverência, silêncio e oração

Liturgista animador (iniciando a costura): Quando José soube da gravidez de Maria, entrou em crise. Pensou em abandonar essa mulher. Mas teve medo das consequências dessa decisão. Então ele sonhou, e eis que Deus lhe disse: “José, filho de Davi, não tenha medo, pois essa criança que vai nascer é “Emanuel, Deus conosco”.

Vivemos tempos de crise e desânimo. Pressões no bolso, na consciência e no coração. Mas é Advento. Podemos nos encorajar mutuamente, orientados pela Palavra de Deus. Saibam todos e todas, vocês: não há motivo para o medo. Deus está entre nós!

Acolhida

L. Animados por essa Boa Notícia, cumprimentemos as pessoas que estão ao nosso lado.

L. (Costura para a entrada: o povo fica de pé) Porque Deus está entre nós, cantamos com alegria: (Hinário local: hino para o Advento) Te louvamos, ó Deus.

L. Em nome do Deus que vem a nós; em nome do Filho Emanuel, Deus conosco, e em nome do Espírito Santo, que nos encoraja a confiar em Deus.

Povo: Amém.

(Hinário local) Vem, Espírito Santo.

Cantar imediatamente, sem outros comentários:

Confissão de pecados

L. Perante o Deus Emanuel, confessemos nossos pecados (assentados).

– Dos pecados nos falam os galhos e espinhos secos, elementos disponíveis à vista de todos (neste instante, duas pessoas podem começar a afixar esse material na “coroa”, se for convencionado [há igrejas que usam arbustos secos, ao invés]. E a confissão se inicia; se necessário, fazem-se intervalos para permitir a confecção da “coroa” [ou fixação no arbusto seco], se for programado, até o final desta oração).

– Deus Eterno, confessamos nosso sentimento de medo, que se deve a diversos motivos. E aí ficamos arrasados. Às vezes duvidamos da tua presença. Deixamos que o medo anule nossa fé e nossa esperança. Por isto:

Povo (cântico/refrão) Perdão, Senhor, perdão!

L. Confessamos que deixamos nossa resistência enfraquecer. Sem coragem, deixamos de enfrentar os riscos que ameaçam a vida. Por isto:

Povo (cântico/refrão) Perdão, Senhor, perdão!

L. Confessamos que, por causa do medo, facilmente acabamos ouvindo e seguindo outras propostas que as tuas. Deixamo-nos abater e envolver em projetos que, por fim, conduzem à morte. Por isto:

Povo – Cântico: Perdão, Senhor, perdão!

L. Confessamos que nos tornamos escravos do medo. Frágeis, desconfiamos de quem está próximo de nós e até de ti. Por isto:

Cântico Perdão, Senhor, perdão!

Declaração de perdão

O Perdão de Deus é declarado (o povo está de pé, pois o perdão é também sinal de  ressurreição e reconciliação com a vida de fé)

L. Conforme o profeta Miquéias, o Deus Emanuel vem ao nosso encontro, não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer na misericórdia (ler: Mq 7.18). Em Jesus, Deus perdoa os nossos pecados. Isto é motivo de esperança para nós, e é o que indicam os galhos verdes. (Duas pessoas começam a afixar os galhos verdes na coroa) E por isto nós podemos cantar:

Louvor

L. (Hinário local, coletâneas, etc.) Reunidos aqui, só pra louvar ao Senhor.

L. (costura…) Porque Deus está entre nós, podemos vencer o medo e nos alegrar. Dessa presença de Deus entre nós nos fala a luz da vela (uma ou mais velas podem ser colocadas e acesas na coroa neste instante). E é por isto que oramos em confiança:

Povo – Senhor, vem e acende em nós a chama da fé e da esperança. Aproxima-te de nós. Faze com que andemos de cabeça erguida e confiemos na tua presença junto a nós. Senhor, acorda-nos para podermos ouvir tua Palavra com ouvidos atentos. Ensina-nos a sonhar com a vida em abundância, livre e envolta pela paz e a justiça de Jesus.

Povo: Amém.

LITURGIA DA PALAVRA

Leituras no AT

Salmo Responsorial

Epístola

Evangelho [Lê-se obrigatoriamente de pé]

[Havendo Lecionário adotado, batista, presbiteriano, anglicano, metodista, luterano, etc., este será usado. Uma questão de harmonia e sintonia confessional que deve ser observada. Deve-se observar a orientação temática entre o Antigo Testamento, salmo responsorial, Epístolas do Novo Testamento e o imprescindível Evangelho do tempo litúrgico].

L. (costura) A Palavra de Deus orienta, sustenta, transforma.

Povo – (Cântico/refrão) Senhor, que tua Palavra ou: Enquanto teu livro eu ler…).

L. Leitura do livro do profeta Isaías 40.1-11.

Salmo responsorial (Sl 85.7-13).

L. Leitura da carta de Paulo aos Romanos 16.25-27.

– Após a leitura, segue uma breve pausa.

Leitura do Evangelho (sempre de pé)

L. Aclamemos o Evangelho, cantando:

Cântico: Aleluia.

Povo – (versículo de aclamação) “Mostra-nos, Senhor, a tua misericórdia, e concede-nos a tua salvação” (SI 85.7).

Cântico: Aleluia.

L. O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo segundo Mateus 1.18-25.

Segue a leitura. Ao final, o Liturgista dirá:

L. Palavra do Senhor.

Povo/comunidade: Cântico – Louvado sejas, Cristo!

L. (Hinário local, p.ex.) Da cepa brotou a rama.

(Proclamação da Palavra / ou Homilia / ou Pregação)

L. Deus bondoso e querido! Intercedemos por todas as autoridades, para que suas decisões sejam orientadas pela tua justiça e seu empenho esteja voltado para projetos que promovem a vida. Por iluminação da palavra proclamada.

Cântico (breve refrão/hinário local): Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

Com a palavra o Pregador

Intercessão

Povo. Intercedemos, nosso Deus, pelos lugares em que reina a corrupção e a sede de proveito particular, para que neste tempo de Advento o Espírito Santo transforme os corações das pessoas que praticam a corrupção e elas se orientem pela tua verdade.

Cântico: Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

Povo – Intercedemos, nosso Deus, pelas pessoas, grupos e organizações que são ameaçadas e perseguidas porque se empenham por projetos que promovem a dignidade humana, que anunciam um novo tempo de paz.

Cântico: Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

– Intercedemos, nosso Deus, por tua Igreja, para que, com voz profética, se empenhe em defesa da vida.

Cântico:  Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

– Intercedemos, Deus Emanuel, pelas pessoas que sofrem, pelas que já fraquejaram e desesperaram, para que neste de tempo de Advento também elas encontrem novo alento e a ação da Igreja se transforme em apoio concreto para afastar o medo.

Cântico:  Ouve nossa oração e atende nossa súplica.

– Ouve, Senhor, nossa oração e acolhe nossa súplica, por Cristo, nosso Senhor.

Povo e Liturgista: Amém.


LITURGIA DA CEIA DO SENHOR NO ADVENTO

INSTRUÇÃO PARA A CELEBRAÇÃO

A AÇÃO DE GRAÇAS E O PARTIR DO PÃO

L. Deus veio a nós no menino nascido em Belém. Deus vem a nós na Ceia que Jesus instituiu. Na comunhão de mesa celebramos sua presença, pois ele é Deus Emanuel. Que essa comunhão com Cristo afaste de nós o medo, fortaleça a esperança na vinda plena do Reino que aguardamos e a disposição para servirmos ao Senhor a cada novo dia.

Os elementos (oferendas) para a Ceia são levados e postos sobre a mesa da comunhão. Enquanto isso, a comunidade pode cantar (hino sobre a comunhão e ceia) ou permanecer em silêncio.

L. (Hinário local) Tema: Na Ceia do Senhor nós celebramos

L. (Diálogo) O Senhor seja convosco.

Comunidade –  E contigo também.

L. Elevai os corações!

Povo – Ao Senhor os elevamos.

L Demos graças ao

Senhor, nosso Deus!

L (Diálogo) O Senhor esteja com vocês.

P – E com você também.

L. Vamos elevar os nossos corações?

P. – Ao Senhor os elevamos.

L Vamos dar graças ao Senhor, nosso Deus?

P – Isso é digno e justo.

L. (Prefácio) Sim, é digno, justo e nosso dever que, em todos os tempos e lugares, rendamos graças a ti, Deus eterno e todo-poderoso. Pois no tempo de Advento podemos festejar a vinda de teu Filho para favorecer a vida e manter a aliança com teu povo. És Deus presente e acompanhas o teu povo na caminhada em busca de uma vida renovada. Por isso, com toda a Igreja, engrandecemos o teu nome, cantando:

Povo. –  (Sanctus: – Hinário local) Santo, santo, santo.

L. (Anamnese: dar graças e trazer à memória significados da Ceia do Senhor) Graças te damos, ó Pai, que preparaste o caminho para o teu Filho, através de profetas e profetisas que clamaram no deserto. Graças te damos porque o próprio Jesus confirmou a tua paixão por caminhos em que reinam a esperança do novo, a resistência ao mal e o vigor da vida.

L/Povo. Ele veio nos salvar!

L. (Narrativa da instituição bíblica da Ceia) Graças de damos pelo sacrifício de Jesus em nosso favor. Pois na noite em que foi traído, Jesus tomou o pão e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o meu corpo, que é dado por vocês, façam isto em memória de mim (breve pausa). Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no meu sangue. Façam isto, todas as vezes que o beberem, em memória de mim (1Co 11.23-24).

Cântico (também pode ser falado…): Jesus, temos anunciado tua morte. Porém, louvamos tua ressurreição. Até que venhas (advento) com teu poder sobre toda a Criação.

L. (Epiclese: consagração eucarística, implorando a bênção divina sobre as oferendas). Envia, Deus da esperança, o Espírito de vida e de amor que acompanhou e animou  profetas na tarefa de preparar o caminho para Jesus, para que, pela força do mesmo Espírito, partilhando o pão da vida e o cálice da nova aliança, nos tornemos, em Cristo, um só corpo que vive e anuncia a esperança.

Comunidade –  (Hinário local ) Vem, Espírito Santo.

L. (Mementos: fatos para lembrar) Lembra-te, Senhor, das pessoas que perseveraram na fé e guia-nos com elas à festa da alegria plena, preparada para teu povo, em tua presença, com teus profetas, apóstolos e mártires, e todos que viveram em torno da tua amizade. Unidos a eles, proclamamos tua misericórdia e anunciamos o teu Reino, para o qual, em Cristo, nos convidaste.

Cântico: (Hinário local – Doxologia –  glorificação dirigida a Deus) Por Cristo, com Cristo e em Cristo: “A Deus demos glória por Cristo Jesus”.

L. O cálice da bênção que abençoamos é a comunhão do sangue de Cristo. O pão que partimos é a comunhão do corpo de Cristo.

COMUNHÃO

Cântico: (refrão do Hinário local exaltando a comunhão dos crentes) Nós, embora muitos, somos um só corpo.

L. Venham participar, pois tudo está preparado. Jesus diz: Eis que estou à porta e bato!

L. Dai graças ao Senhor, porque ele é bom.

Povo: E sua misericórdia dura para sempre.

ORAÇÃO PÓS-COMUNHÃO

L. Oremos.

Povo – Deus amigo, agradecemos-te porque nos restauras na comunhão da Ceia. Concede, em tua bondade, que ela nos fortaleça na confiança em tua presença constante ! e na prática do amor ao nosso próximo. Isto te pedimos por Jesus Cristo, nosso

Senhor.

Povo: Amém.

LITURGIA DE SAÍDA

L. (Hinário local) Tema: Advento é tempo de preparação.

Bênção (ministro ou povo cantando, com elevação de mãos)

Envio

L. Vão e, na companhia do Deus Emanuel, sirvam ao Senhor com alegria, esperança e fé, até que o Senhor venha, e não mais tenhamos que proclamar o Advento.

Povo: Demos graças a Deus.

Poslúdio

Oração em silêncio

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Liturgista: Derval Dasilio

Obs: Indicamos a revista TEAR da Editora Sinodal, produzida pela equipe de liturgos mestres e doutores da Escola Superior de Teologia, São Leopoldo, RGS. Esta sugestão foi adaptada da publicação Livro de Culto, da IECLB, a partir do mais recente trabalho de formação superior,  mestrado em liturgia na EST – IECLB.

Dos hinários modernos, Jacy Maraschin deixou-nos o mais excelente trabalho musical litúrgico disponível no Brasil. Trata-se do “Novo Canto da Terra”, editado pelo Centro de Estudos Anglicanos. Imprescindível. Mas não se dispense o Hinário para Culto Cristão, da Bompastor Editora, produção de liturgistas batistas; o mesmo para o tradicional Hinário Evangélico, publicado pela Imprensa Metodista (Este possui as mais acuradas LITANIAS responsoriais conhecidadas; reputo-as como um recurso litúrgico indispensável).

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