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O Salmo 8 fala de importantes e profundas causas humanas, que colocam em primeiro lugar a causa do pobre e seus direitos, como disse Karl Barth. A “humanidade de Deus”, encarnando-se entre os mais pobres da sociedade, escandaliza o aspirante de um representante de Deus que percorre os caminhos da miséria humana. Jesus Cristo. A “religião” de Deus, expressa em Jesus, é justiça para com o pobre e oprimido (“…pois, misericórdia quero!”). Jesus tornou claro que a paz social resulta da observância do direito do pobre, do oprimido e do excluído. Suas atitudes éticas apontam o homem e a mulher roubados em sua vocação para a partilha de bens, e dignidade humana, desgraçados e desgarrados da fé e da esperança de socorro que nunca chega. Ao invés, o povo bíblico tem nesta oração o socorro de Deus para a humanidade oprimida da qual se retirou a dignidade humana (Salmo 8). O atual povo bíblico, como se reconhece na humanidade, completamente mergulhado na desigualdade e na omissão dos poderes rebeldes; visto claramente no abandono das multidões submersas na miséria, encontra o socorro de Deus.

Quem lê a Bíblia com olhos atentos entenderá que os salmos são as orações que manifestam a fé em Deus como aliado, e não como parceiro dos opressores, aqueles que incentivam o ódio ao semelhante, e não perdem oportunidade para destruir o que resta de humano num mundo sem compaixão. Deus não aprova a situação dos desfavorecidos, aflitos, esquecidos, debaixo da opressão (S.Mateus 25: “Onde te vimos, Senhor?”). O homem comum deve ter a ousadia de reivindicar seus direitos sobre a vida, denunciar a injustiça, resistir aos poderes que controlam o mundo através das guerras ou da concentração de bens sociais e econômicos. Enquanto a minoria bem-posta determina com autoridade política a submissão da maioria humana sob empoderamento econômico de indivíduos e corporações que oprimem o pobre e desprotegido.

Os Salmos são orações que nos dão consciência de que Deus está agindo para tornar humana a vida do homem sobre a terra. Deus está comprometido na luta do homem dentro dos conflitos econômicos e sociais sem dar espaço para a acomodação, o egoísmo individualista ou a alienação e indiferença quanto às causas da opressão que paira sobre a vida humana. “Que é o homem, para que com ele te importes? E o filho do homem, para que com ele te preocupes? No entanto, pouco abaixo de Ti o fizeste; de glória e honra o coroaste”. Amém.

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